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No Pantanal, formação para prevenção contra incêndios mobiliza mais de 70 pessoas, com apoio do GEF Terrestre
De 22 a 24 de abril, o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense – 135 mil hectareas numa das regiões mais conservadas e de maior biodiversidade do bioma – recebe brigadas de incêndio da região, algumas consolidadas, outras em formação, para treinamento sob a supervisão técnica do Ibama/Prevfogo. A iniciativa é financiada pelo projeto GEF Terrestre, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) sob gestão do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora. Além disso, contará também com o apoio da Unesco e do WWF-Brasil.
O evento reúne também representantes do Parque Nacional do Pantanal, Corpo de Bombeiros, Marinha do Brasil e organizações da sociedade civil. Ao objetivo geral de formação soma-se a necessidade de fortalecer a articulação para as ações de prevenção e resposta em caso de incêndios.
Várias ações estão em andamento, sendo uma das mais importantes que envolverá mais de 70 pessoas de diferentes instituições para a formação, capacitação e reciclagem de brigadas comunitárias da região da Serra do Amolar, ao Norte de Corumbá (MS). No total, 28 brigadistas participam da ação.
“Na década ada o fogo no Pantanal não era considerado uma ameaça com potencial de impacto negativo nos níveis que temos visto nos últimos anos. Esse novo contexto climático, posiciona a atuação de brigadistas comunitários como atores essenciais para conter o impacto do fogo no Pantanal. Investir em eventos como esse significa reconhecer a importância desses atores e a urgência de fornecer a preparação adequada para que eles tenham condições de atuar na linha de frente ao menor sinal dos primeiros focos de incêndios. O FUNBIO como gestor do GEF Terrestre acredita que na prevenção também se faz a conservação de um bioma singular, como o Pantanal, por isso apoiamos essa inciativa de ECOA”, diz Manoel Serrão, Superintendente de Projetos do FUNBIO.
Formadas por pessoas que vivem no território e conhecem profundamente cada palmo dele, as brigadas comunitárias conseguem agir com rapidez diante de focos de fogo em estágios iniciais e, quando necessário, acionando o Ibama/Prevfogo, o Corpo de Bombeiros e outras forças de resposta. Em muitos casos, são a primeira linha de defesa do bioma contra os incêndios.
Nos últimos anos o Pantanal sofreu com secas extremas, provavelmente como efeito territorial das mudanças climáticas globais.
Nesta nova conjuntura em que os eventos climáticos extremos trazem efeitos devastadores como os grandes incêndios, a articulação entre governos e sociedade para a prevenção e combate é estratégica.
Em 2020 mais de 4 milhões de hectares foram devastados, em 2023 mais de 1 milhão e em 2024 ultraou 2 milhões. Vale registara que em 2024 houve a maior seca registrada no Pantanal. A área queimada foi considerável, mas menor do que em 2020 graças ao planejamento e ações consequentes para a prevenção e combate. Nesse trabalho envolveram-se o Ibama/Prevfogo, os Corpos de Bombeiros, a Marinha do Brasil, organizações da sociedade e as brigadas comunitárias e privadas.
Segundo o último boletim o Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos, há 70% de probabilidade de que a Fase Neutra entre os fenômenos El Niño e La Niña se mantenha nos próximos meses, condição que tem coincidido com secas mais severas no Pantanal.