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Home - Notícias - Uma expedição em busca dos morcegos em cavernas no Distrito Federal

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Notícias

19/05/2025

Uma expedição em busca dos morcegos em cavernas no Distrito Federal

1/20

Quando começou seu doutorado sobre morcegos e zoonoses no Distrito Federal, o biólogo Igor Daniel Bueno-Rocha nem imaginava que meses depois teria que enfrentar uma pandemia que colocou um alerta sobre o potencial papel dos morcegos como hospedeiros de vírus. Diante da crise sanitária, o pesquisador precisou adaptar seu trabalho, com uma avaliação rápida e emergencial nos morcegos, para identificar se havia a presença da família coronaviridae nos animais. “E o resultado foi negativo. De todos os morcegos coletados, nenhum apresentou coronavírus”, conta Igor.

O resultado inédito é apenas uma peça num grande quebra-cabeça de conhecimento sobre as cavernas e morcegos no Distrito Federal que Igor tenta ajudar a elucidar. A jornada incluiu campos exploratórios em 54 cavernas, com registros de cavidades até então desconhecidas e novas populações de um morceguinho ameaçado no Cerrado.

O doutorando da Universidade de Brasília (UnB) foi um dos selecionados em 2020 pelo Programa Bolsas FUNBIO – Conservando o Futuro e recebeu apoio para realização de campos e aquisição dos equipamentos e materiais necessários para as análises.

Apaixonado por morcegos desde a faculdade, o objetivo do biólogo é entender não apenas quais as famílias de vírus que estão presentes neles, mas quais os impactos para os morcegos das mudanças do uso da terra no entorno de cavernas e mapear populações em cavernas ainda não estudadas no Distrito Federal.

“Aqui no DF, embora existam 155 cavernas registradas, apenas em 19 cavernas há estudos de morcegos. A ideia é ampliar esse estudo e amostrar mais cavernas para morcegos. Então aumentamos esse leque para 54 cavernas amostradas para morcegos”, destaca.

Para fazer isso, Igor, que também é professor em tempo integral, transformou os finais de semana em dias de expedição para as cavernas. “Os campos aconteceram durante um ano inteiro em todos os finais de semana do ano. Sextas, sábados e domingos”, lembra o biólogo.

Na primeira etapa, dedicada a mensurar os impactos da conversão do solo para usos como agricultura, pecuária e mineração nas populações de morcegos, foram 14 cavernas amostradas, nas quais já havia estudos anteriores. Os dados coletados por Igor foram comparados com os achados no ado, feitos na década de 1990, e cruzados com dados de cobertura disponibilizados pelo MapBiomas.

“Vimos que a pecuária tem uma influência significativa na mudança da comunidade de morcegos dentro da caverna”, conta o doutorando. “Já sabemos que essa conversão extensiva que o Cerrado tem para a agricultura e pecuária afeta a biodiversidade, mas às vezes falta um pouco de informação palpável de mudança. Esses dados são mais uma ferramenta política para mostrar como a mudança de uso da terra influencia a biodiversidade”, explica Igor. A maior presença do gado também pode aumentar o número de morcegos “vampiros”, que consomem sangue, e com isso também a taxa de transmissão de doenças como o vírus da raiva, alerta o pesquisador.

O vírus da raiva foi um dos testados nos morcegos coletados durante a pesquisa. As amostras ainda estão em análise. “A ideia é verificar a composição viral desses morcegos aqui no DF, com relação às principais famílias de vírus que são encontrados em morcegos”, explica. “É uma questão de saúde pública. Ter essa informação contribui para prever possíveis zoonoses e prevenir futuras pandemias que podem impactar a gente”, acrescenta.

Para algumas espécies, como o morceguinho-do-cerrado (Lonchophylla dekeyseri), espécie classificada nacionalmente como Em Perigo de extinção, o pesquisador não podia subtrair nenhum indivíduo da população. Nesses casos, as amostras foram feitas no próprio campo, por meio de um swab bucal – um cotonete usado para coletar células da mucosa da boca.

A espécie ameaçada, que ocorre na região centro-oeste e uma porção de Minas Gerais, tinha apenas três populações conhecidas no Distrito Federal. Durante o campo, Igor foi aos três locais e encontrou apenas uma população remanescente. Em outras duas cavernas, entretanto, que ainda não haviam sido estudadas, o pesquisador identificou populações aparentemente saudáveis do morceguinho. “Estamos preenchendo lacunas de conhecimento”, resume o pesquisador da UnB.

Os morcegos prestam importantes serviços ecossistêmicos, como a polinização e o controle de pragas agrícolas. Sobre este último, o próprio Igor, durante seu mestrado, teve a chance de estimar o valor econômico disso e apontou que os morcegos são responsáveis por uma economia de quase USD 400 milhões  no Brasil anualmente.

“Se eu suprimo esses morcegos, eu vou aumentar a quantidade de pragas agrícolas e vai ser preciso aumentar a quantidade de pesticidas e isso impacta também diretamente a saúde humana. A preservação dos morcegos é necessária, por várias vias, pra gente manter uma qualidade de vida”, conclui o pesquisador.

 

 

 

 

Categoria: Bolsas FUNBIO, Notícias

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